O TJ deve gastar 5,6% a mais com despesas de pessoal e encargos este ano…
O Tribunal de Justiça da Paraíba disponibilizou na internet, após dois meses desde que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estipulou prazo para a publicação, informações referentes à administração e execução orçamentária e financeira. Os dados divulgados pelo TJ, em um link denominado Transparência que fica no finalzinho do lado direito da página (www.tjpb.jus.br), revelam que o Tribunal de Justiça paraibano ainda conta com 667 servidores cedidos por outros órgãos.
Do total dos servidores que estão à disposição do Judiciário, 436 são de prefeituras municipais, com destaque para 37 do Executivo de João Pessoa, dez de Cabedelo e nove de Bayeux; 139 são do Governo do Estado e 68 pertencem à Polícia Militar.
Em 2009, quando realizou inspeção na Paraíba, o CNJ constatou que o TJ contava com 1.147 funcionários requisitados de outros órgãos, o que corresponde a 34,3% da força de trabalho do Judiciário paraibano. Muitas dessas requisições eram feitas pelos gabinetes dos 19 desembargadores. Para se ter ideia, existia gabinete com 17 servidores, quase três vezes mais que o permitido.
Segundo os novos dados divulgados no site, o Tribunal gastou no ano passado R$ 252.000.000,00 com encargos e pessoal. Para este ano a previsão de gastos com essa finalidade é de R$ 256.107.000,00. Fazendo uma comparação entre 2010 e o ano anterior, o TJ deve gastar 5,6% a mais com despesas de pessoal e encargos este ano.
A divulgação na internet dos dados é estabelecida pela Resolução nº 102 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e tem o objetivo de dar transparência aos gastos do Judiciário com pessoal, investimentos e custeio.
Segundo o secretário de Planejamento e Finanças, Paulo Romero, o TJ já vem disponibilizando os dados para consulta desde o início do ano, inclusive encaminhando-os, mensalmente, ao Conselho Nacional de Justiça, que também divulga no seu site. Já o secretário de Recursos Humanos do Poder Judiciário do Estado, Romero Cavalcanti Gonçalves Júnior, ressaltou que a medida permite a qualquer cidadão conhecer as despesas efetuadas pelo Judiciário estadual.
Divulgação é mais uma ação contra o nepotismo
A divulgação dos nomes dos contratados sem concurso para cargos de confiança é medida de combate ao nepotismo no Judiciário. Para se ter idéia o Conselho abriu 203 processos para investigar casos de nepotismo desde que a prática foi expressamente proibida, em outubro de 2005.
A transparência administrativa do Judiciário é apontada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que também preside o CNJ, como um dos principais legados da sua gestão, que se encerra no dia 23, quando ele transmite o comando ao ministro Cezar Peluso.
Aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça em 15 de dezembro de 2009, a Resolução 102 regulamenta a divulgação na internet de informações referentes à administração e execução orçamentária e financeira de todos os tribunais do país. A ideia é permitir que qualquer cidadão saiba como o Judiciário está gastando o dinheiro público com pagamento de funcionários, gratificações, aluguel, diárias e prestação de serviços. A norma também vale para os demais tribunais, como os regionais, federais, eleitorais e do Trabalho.
A resolução, publicada no dia 5 de janeiro, deu 30 dias para as cortes publicarem as despesas com recursos humanos e remuneração, como a estrutura salarial do quadro efetivo e comissionado, bem como subsídios e diárias pagos a membros do Judiciário.