Você pode perguntar a qualquer pessoa que já sentiu o gostinho de assumir um cargo na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal. Ele vai dizer que uma campanha eleitoral custa pelo menos um dígito a mais que o declarado pelos postulantes nas prestações de contas remetidas à Justiça Eleitoral, salvo raríssimas exceções (se elas existirem). O problema é que dada a sofisticação com que se desenrola o caixa-dois das campanhas, ninguém sabe como provar o crime eleitoral.
E cá para nós. Tem coisa que não daria mesmo para entrar em uma prestação de contas sem que o postulante parasse atrás das grades. A verdade é que uma campanha de sucesso relativo para a Câmara Federal, para quem já tem um nome consolidado na praça, não sai por menos que R$ 1,5 milhão. Se o pretendente for um reles desconhecido, como aparece vez por outra, esse valor precisa ser duplicado.
O cálculo para deputado estadual não é muito diferente. Segundo a Coluna conseguiu apurar, sem algo em torno de R$ 800 mil, a campanha pode ir por água abaixo. Entretanto, se alguém tomar o cuidado de consultar o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para conferir quanto foi gasto, vai perceber que nenhum dos postulantes ao cargo de deputado federal admite ter gastado mais que R$ 400 mil.
Mas aí surgem duas novas questões: de onde vem e para onde vai o restante da fortuna gasta na campanha eleitoral da maioria dos candidatos eleitos? Esse é um mistério que a Polícia Federal e a Justiça Eleitoral tentam decifrar, mas que raramente conseguem. Primeiro porque o dinheiro não aparece em nenhuma prestação de contas oficial e, como ilegal, ocorre sempre por debaixo dos panos e para lugar incerto.
Os comitês financeiros dos candidatos nunca informam, por exemplo, quantas dentaduras, óculos e contas de água e luz são pagas nos dias que antecedem o período eleitoral. Nos balancetes é possível conferir no máximo o gasto com gráfica, telefone e publicidade. Mesmo assim, todo mundo sabe que a velha e famigerada compra de voto corre solta. Por isso, em geral, a prestação de contas não passa de um conto de fadas.
Carnaval
Graças ao excesso de arrecadação, segundo justificativa publicada no Diário Oficial, o governo do Estado transferiu R$ 3,2 milhões a título de crédito suplementar para a PBTur, para o apoio a eventos turístico-culturais. Boa parte desse recurso terá como destino o financiamento do Carnaval. E viva o Momo.
Muita festa
O governador em exercício, Luciano Cartaxo (PT), aproveitou o período de Momo para visitar algumas das cidades que receberam apoio para o Carnaval. Pelas contas da administração estadual, pelo menos 50 municípios foram contemplados com algum tipo de auxílio. O petista fica no cargo até amanhã, quando José Maranhão (PMDB) retorna da licença.
Amarelo
Resposta do deputado estadual Ruy Carneiro (PSDB) a um jornalista à paisana sobre quem ele vai apoiar para o governo. “Meu candidato é Cícero Lucena, mas não posso esquecer que minha base é amarela e por isso preciso dialogar com Cássio (Cunha Lima)”, disse o parlamentar, lamentando o clima de divisão no ninho tucano.
Alfabetização
O prefeito de Bom Jesus, Manoel Dantas Venceslau (PTB), terá que fazer uma prova para provar que é alfabetizado. A determinação foi do juiz do TRE, Carlos Sarmento (foto), que acatou um Recurso Contra Expedição do Diploma (RCED) movido pelo segundo colocado no pleito, Roberto Bandeira (PT). O prefeito teria forjado um diploma para o registro da candidatura. Manoel Dantas também está sendo investigado por contratações de funcionários em troca de votos.
Interventor
Apesar de não integrar o pelotão de frente, comenta-se em Brasília que o ex-deputado paraibano José Luiz Clerot, recém-filiado ao PMDB, está sendo cotado para interventor no governo do Distrito Federal. O presidente Lula (PT) aguarda apenas a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para definir o nome que vai substituir José Roberto Arruda (sem partido).
Alianças
Reportagem publicada na Folha de São Paulo, domingo, revela que o PSDB está disposto a efetivar o apoio ao prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), desde que ele não suba no palanque da ministra Dilma Rousseff (PT). Pelo acordo, não seria exigido do socialista apoio declarado ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Basta o silêncio.
Maioria
O presidente da Assembleia, Arthur Cunha Lima (PSDB), prometeu por em votação os vetos do governador José Maranhão ao Orçamento. Entre eles está o que prevê reajuste para os servidores. A oposição vai encontrar dificuldades para mantê-lo. Nas contas da secretária do Acompanhamento da Ação Governamental, Iraê Lucena, os governistas são maioria na Casa.
1 – O cadastramento para o uso das urnas biométricas em Pedras de Fogo segue a passos lentos. Menos de um terço dos 21,2 mil eleitores compareceu ao cartório para regularizar a situação. Algo parecido com o ocorrido em Cabedelo, onde se formaram filas gigantescas. O prazo final para o cadastro é 26 de março.
2 – O presidente da Câmara Federal, Michel Temer, pediu ao grupo de trabalho que vai analisar os projetos sobre ‘ficha limpa’ que tenha uma proposta de consenso até meados de março, para colocá-la em votação no plenário. Se o critério for esse, podem esperar o engavetamento da matéria.
3 – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai tornar públicos os dados do Cadastro Nacional de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa. A ferramenta contém informações quanto às penas aplicadas e a qualificação do condenado por cometer ato de lesão ao patrimônio público.